Apenas um em
300 milhões de espermatozoides consegue fecundar o óvulo na criação de
um novo ser humano.
Acompanhe essa corrida contra uma série de
obstáculos.
Parabéns, você é um vencedor.
Já nasceu com essa condição. Para ser o
que é, ganhou a primeira e a mais importante competição de toda a sua
existência, uma disputa mais concorrida do que qualquer vestibular.
Você
contrariou estatísticas, desafiou regras matemáticas de probabilidade e
zombou da sorte.
Derrotou outros 300 milhões de concorrentes.
Esse é o número de espermatozoides lançados no canal da vagina
durante um ato sexual. Todos sabem qual o caminho a tomar. Nadam
freneticamente em direção ao útero, onde – durante apenas dois dias por
mês – podem encontrar um óvulo à espera da união capaz de gerar um novo
ser humano. Somente um deles é bem-sucedido nessa corrida
de obstáculos. Foi um espermatozóide específico, de seu pai, que levou
a um óvulo de sua mãe as moléculas de DNA que, misturadas ao DNA dela,
deram as instruções genéticas para fabricar você. Imagine se ele tivesse
morrido na praia.
Metade de todos os espermatozoides morre rapidamente no interior da
vagina, um ambiente, por incrível que pareça, inóspito para eles. Os
sobreviventes que chegam à entrada do útero deparam com um muco que só
permite a passagem dos espermatozoides quando a mulher está prestes a
ovular. Caso contrário, morrem todos. Com a entrada permitida, eles
atravessam todo o útero em direção às tubas uterinas, os dois
estreitos canais que levam aos ovários. É em uma das tubas que vai
ocorrer a fecundação. O final dessa corrida é eletrizante. Os espermatozoides usam sua longa cauda para nadar vigorosamente contra a
correnteza de um fluido que traz o óvulo.
Passaram-se, até aqui, apenas cinco minutos. Muitos chegam ao óvulo –
uma célula desproporcionalmente grande, a única do organismo humano que
pode ser vista a olho nu. Todos lutam desesperadamente para forçar a
sua entrada. Quando o vencedor consegue, o óvulo desencadeia
imediatamente uma reação bioquímica e altera sua composição externa,
fechando definitivamente a passagem para os demais. Mais quatro dias e o óvulo fecundado, chamado ovo, chega ao útero. Nove
meses depois, nascerá mais um bebê, o resultado desse irresistível
processo biológico que hoje espalha mais de 5 bilhões de vencedores
sobre a superfície do planeta Terra.
(*) Pela nova nomenclatura anatômica, este passa a ser o nome das trompas de Falópio
1. O espermatozoide perde a cauda após a fecundação
2. A primeira divisão celular, 30 horas depois
3. Mais 20 horas, e uma nova divisão
4. Seis dias depois, o ovo se divide sem parar
5. O ovo já está pronto para se instalar no útero
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