Nomeada ministra do Trabalho em janeiro, deputada teve a posse suspensa por Cármen Lúcia. Mais cedo, nesta terça, PTB decidiu indicar outro nome para a pasta.
Por Fernanda Vivas, TV Globo, Brasília
A deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) divulgou uma nota nesta
terça-feira (20) na qual disse ter sido alvo de "machismo", sem direito a
defesa, no caso envolvendo o Ministério do Trabalho.
Nomeada ministra pelo presidente Michel Temer em janeiro, ela teve a posse suspensa
de maneira liminar (provisória) por Cármen Lúcia, presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF) – a ministra ainda não tomou uma decisão
definitiva sobre o assunto.
"Não foi possível esperar a decisão da ministra Carmen Lúcia em julgar o
mérito de minha indicação a ministra do Trabalho.
Não pude assim,
infelizmente, saber a decisão do STF a respeito de uma prerrogativa
exclusiva do Presidente da República garantida pela nossa Constituição",
disse Cristiane Brasil em um trecho da nota.
"Sigo agora pronta para restabelecer e esclarecer todas as questões que
foram levantadas a meu respeito, sem que eu tivesse direito ao devido
contraditório, com a mesma amplitude, virulência e machismo com que
muitas vezes fui atacada", acrescentou a deputada na sequência.
Em meio à batalha do governo para garantir a posse de Cristiane Brasil no ministério, o PTB indicou nesta terça outro nome para a pasta: Helton Yomura, atual secretário-executivo da pasta.
Antes da decisão de Cármen Lúcia de suspender a posse de Cristiane
Brasil no ministério, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) havia liberado a posse, derrubando uma decisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro.
O argumento levado à Justiça do Rio, que levou à primeira suspensão da
posse, é o de que Cristiane Brasil feriu o princípio da moralidade
administrativa por já ter sido condenada a pagar R$ 60 mil por dívidas trabalhistas.
Íntegra
Leia abaixo a íntegra da nota de Cristiane Brasil:
Não
foi possível esperar a decisão da ministra Carmen Lúcia em julgar o
mérito de minha indicação a ministra do Trabalho.
Não pude assim,
infelizmente, saber a decisão do STF a respeito de uma prerrogativa
exclusiva do Presidente da República garantida pela nossa Constituição.
Prerrogativa essa que foi suspensa em primeira instância por uma ação,
no meu entendimento, inconstitucional.
Sigo
agora pronta para restabelecer e esclarecer todas as questões que foram
levantadas a meu respeito, sem que eu tivesse direito ao devido
contraditório, com a mesma amplitude, virulência e machismo com que
muitas vezes fui atacada.
Falarei ponto a ponto, em nome da minha
dignidade, em respeito à minha família, amigos, eleitores e ao povo
brasileiro que deseja saber a minha parte da verdade.
Gostaria,
de coração, de agradecer àqueles companheiros do PTB que defenderam meu
nome e que, agora, solidariamente, defendem minha integridade e
trajetória política, na pessoa do meu líder Jovair Arantes e da
companheira Marli Iglesias.
Agradeço
aos meus advogados, amigos, apoiadores, anônimos e até os críticos,
pois as críticas construtivas também me fizeram crescer e me tornaram
mais forte.
Gostaria
de agradecer também ao governo do presidente Michel Temer pela
indicação e total apoio, em especial aos ministros Carlos Marun e Eliseu
Padilha, além dos Deputados Darcísio Perondi e Beto Mansur.
Meu
eterno e especial agradecimento a meu grande amigo e inspiração para os
momentos de maior alegria e de angústia, minha fortaleza, meu pai -
Roberto Jefferson.
Sigo
agora a defesa das minhas bandeiras, a saber, um envelhecimento digno
para todos e uma justiça focada em mais trabalho para todos os
brasileiros.
Vamos em frente.
Cristiane Brasil
Deputada Federal
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