Patrão dando puxão de orelha no empregado que falou demais. |
Por G1
Uma declaração do diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia,
publicada na sexta-feira (9) à noite, detonou uma nova polêmica no meio
político.
(Correção: após a publicação desta reportagem, a agência Reuters corrigiu informação sobre arquivamento de inquérito contra Temer,
mas manteve que diretor da PF diz não haver indício de crime nem de
pagamento de propina.
A informação foi corrigida à 1h23 de 11/2).
A informação foi corrigida à 1h23 de 11/2).
A DECLARAÇÃO: Segovia sugeriu arquivar um inquérito em andamento contra Michel Temer em que o presidente da República é acusado de favorecer uma empresa na prorrogação de contratos no porto de Santos.
A CONSEQUÊNCIA: o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, cobrou explicações.
Quer saber se Segovia opinou sobre um inquérito "ainda não concluído, inclusive ameaçando de sanções o delegado responsável, que deve ter autonomia para desenvolver o seu trabalho com isenção e livre de pressões".
Segovia ligou para Barroso e disse que foi mal interpretado.
Quer saber se Segovia opinou sobre um inquérito "ainda não concluído, inclusive ameaçando de sanções o delegado responsável, que deve ter autonomia para desenvolver o seu trabalho com isenção e livre de pressões".
Segovia ligou para Barroso e disse que foi mal interpretado.
Veja a seguir fatos que precedem a polêmica e a repercussão:
Novembro de 2017
- Entra na reta final o processo de definição do substituto de Leandro Daiello no comando da Polícia Federal depois de quase 7 anos, período no qual foi deflagrada a Operação Lava Jato
- No dia 4, um domingo, o senador Romero Jucá e o ex-senador José Sarney, do PMDB, se reúnem com Michel Temer no Palácio do Jaburu. Sarney, que nega oficialmente o apoio, avalizou a Temer o nome de Fernando Segovia como novo diretor-geral
- No dia 8, Fernando Segovia é anunciado no cargo. Ele não era o nome preferido do ministro da Justiça, a quem a PF está subordinada. Seu nome foi apoiado por políticos
- No dia 10, Leandro Daiello deixa o comando da PF
- No dia 20, Segovia assume oficialmente a direção da PF. Ao tomar posse, disse que "Temer continuará a ser investigado, sem nenhum problema". Também colocou em dúvida se "uma única mala" é suficiente para apontar se Temer praticou corrupção
- Michel Temer foi alvo de duas denúncias da Procuradoria-Geral da República em 2017. Foi acusado por recebimento de propina da JBS e por organização criminosa. As duas foram barradas na Câmara dos Deputados. Uma terceira investigação contra Temer, sobre corrupção no porto de Santos, está em andamento (saiba mais sobre o caso)
Janeiro de 2018
No dia 3, Temer recebeu 50 perguntas formuladas pelo delegado delegado Cleyber Malta Lopes
No dia 15, Temer teve reunião com Segovia sem a presença do ministro da Justiça, a quem o diretor-geral da PF é subordinado
No dia 18, Temer respondeu todas as perguntas. Negou recebimento de propina ou vantagens indevidas
No dia 29, Temer e Segovia se reuniram de novo. E, novamente, sem a presença do ministro da Justiça
Fevereiro
Dia 9 à noite:
- Agência Reuters divulga entrevista com Segovia. O diretor da PF diz que a investigação do caso do porto de Santos não comprovou pagamento de propina e deve sugerir o arquivamento do inquérito
Dia 10:
- Delegados da Lava Jato disseram que não referendam as declarações de Segovia, e o ministro do STF Luís Barroso cobrou explicações. Barroso diz que, em tese, as declarações de Segovia sobre uma investigação em andamento podem "caracterizar infração administrativa e até mesmo penal”
- Segovia divulga carta em que nega ter falado em arquivamento e diz que a investigação sobre Temer não sofre interferência
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