Presidente desde 2009, Zuma é alvo de mais de 800 acusações por corrupção e é investigado por supostamente favorecer empresários com concessões públicas milionárias
Por G1
O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, renunciou nesta quarta-feira
(14) à presidencia da África do Sul em um pronunciamento na TV estatal,
acatando o ultimato de seu próprio partido, o Congresso Nacional
Africano (ANC, na sigla em inglês).
Em um discurso de despedida à nação que durou 30 minutos, Zuma, de 75
anos, afirmou que não concordou com a forma como o ANC o forçou a
renunciar depois da eleição de Cyril Ramaphosa como presidente do
partido em dezembro.
Mas afirmou que tem que "aceitar que se meu partido e meus compatriotas desejam que eu saia, eles têm que exercer esse direito e fazer isso da maneira prescrita na Constituição".
Também disse que não tinha medo de uma moção de censura ou de um processo de impeachment.
Mas afirmou que tem que "aceitar que se meu partido e meus compatriotas desejam que eu saia, eles têm que exercer esse direito e fazer isso da maneira prescrita na Constituição".
Também disse que não tinha medo de uma moção de censura ou de um processo de impeachment.
"Servi ao povo da África do Sul ao máximo de minha habilidade.
Sou eternamente grato que confiaram em mim", disse.
Sou eternamente grato que confiaram em mim", disse.
Figura importante da luta anti-Apartheid nos anos 60, 70 e 80, Zuma
ficou preso por 10 anos e ficou mais 15 anos no exílio antes de
voltar ao seu país para empreender carreira política.
Foi vice-presidente do país entre 1999 e 2005.
Assumiu como presidente em maio de 2009.
Foi vice-presidente do país entre 1999 e 2005.
Assumiu como presidente em maio de 2009.
Ele é alvo de mais de 800 acusações por corrupção relativa a contratos
de armas do final dos anos 1990 e é investigado por supostamente ter
usado o Estado para favorecer empresários com concessões públicas
milionárias.
Os diversos escândalos de corrupção em que está envolvido levaram o país a uma séria crise política.
A direção do ANC tem o poder de solicitar a saída de seus membros que
estejam em função governamental, como aconteceu em 2008 no caso do
presidente Thabo Mbeki, que cumpriu a decisão e renunciou.
Caso não renunciasse, Zuma poderia ser destituído por meio de uma moção no Parlamento nos próximos dias.
Até então, Zuma se recusava a obedecer as ordens de seu partido.
Até então, Zuma se recusava a obedecer as ordens de seu partido.
Substituto.
O primeiro na fila para ocupar o cargo vago é o vice-presidente Cyril
Ramaphosa, um líder sindical e advogado, que é também líder do CNA desde
dezembro do ano passado, ao derrotar a ex-esposa de Zuma, Nkosazana
Dlamini-Zumae.
Ramaphosa foi o principal impulsor das manobras para
buscar a renúncia do ex-mandatário.
Grave crise
A crise que agita o ANC, no poder desde o fim do regime de Apartheid em
1994, tem perturbado o funcionamento do Estado sul-africano.
Partidários de Ramaphosa queriam que Zuma deixasse o poder o mais
rápido possível por causa das eleições gerais de 2019.
Os seguidores do agora ex-presidente, no entanto, insistiam que ele deveria seguir no cargo até o final de seu segundo mandato.
Os seguidores do agora ex-presidente, no entanto, insistiam que ele deveria seguir no cargo até o final de seu segundo mandato.
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