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sexta-feira, fevereiro 23, 2018

Perícia da PF indica dois arquivos apagados em sistemas de propina da Odebrecht

Os programas de computador serviam, entre outras coisas, para que os funcionários da empreiteira discutissem o pagamento de propinas a agentes públicos; arquivos foram apagados após a prisão do ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, segundo a perícia.


Por G1 PR, Curitiba
Polícia Federal entrega perícia nos sistemas do departamento de propina da Odebrecht
Polícia Federal entrega perícia nos sistemas do departamento de propina da Odebrecht.
 
A Polícia Federal (PF) entregou o laudo da perícia feita nos sistemas Drousys e Mywebday, que segundo a Operação Lava Jato, continham informações sobre pagamento de propina da Odebrecht. 
 
Conforme os peritos, de um total de 1.912.667 de arquivos, 842 arquivos foram identificados pelos peritos como uma espécie de não conformidade. 
 
Além disso, o laudo também descobriu que dois arquivos (uma foto e um arquivo PDF) foram apagados do sistema de uma maneira que não é possível recuperar. 
 
Mas, descobriram o IP de quem apagou os arquivos, que está no nome de carlos_braga.pdf. 
 
Os arquivos, conforme a perícia, foram apagados logo após a prisão do ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, em junho de 2015. 
 
No laudo, os peritos informam que não conseguiram determinar uma relação entre a compra e alguma obra específica da Petrobras. 
 
Os peritos também apontaram como um dos destinatários de dinheiro do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, a offshore Beluga Holding LTD, que pertence a Mateus Claudio Bravina Baldassarri, dono do terreno que fica na Rua Haberbeck Brandão, 178, em São Paulo. 
 
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, no endereço seria construída a nova sede do Instituto Lula, que nunca saiu do papel.  
 
Veja mais detalhes abaixo.
 
O documento foi anexado ao sistema da Justiça Federal do Paraná na ação penal que investiga a compra do terreno e de um apartamento em São Bernardo do Campo, no prédio onde vive o ex-presidente Lula. 
 
O laudo foi assinado por seis peritos e tem, ao todo, 321 páginas. 
 
 
O juiz deu prazo de quinze dias para que os assistentes técnicos se manifestem sobre a perícia.

Veja os questionamentos feitos por Moro e a resposta dos peritos

Moro: descrição do que tratam os sistemas Drousys e MyWebDay utilizados
Peritos: Os peritos afirmam que o Drousys é um ambiente para acesso remoto, via VPN criptografada. 
 
Nele, o usuário poderia utilizar serviços de armazenamento e edição de arquivos, acesso à internet, e-mail e chat com troca de arquivos e voz sem que o conteúdo ficasse registrado no computador. 
 
De acordo com a análise, as ações eram gravadas em um computador remoto localizado no servidor do sistema. 
 
O MyWebDAy, dizem os peritos, é um sistema que possui funcionalidades contábeis e financeiras capaz de armazenar informações em banco de dados próprio, composto por 60 tabelas. 
 
Nestas tabelas, conforme o laudo, há informações da área denominada Operações Estruturadas da empresa Odebrecht, onde era gerenciado o pagamento de propina. 
 
Os peritos dizem que não foi possível examinar o ambiente de produção (ambiente real utilizado pelos usuários no dia a dia) do MyWebDay, entretanto, a partir dos relatórios e consultas dos usuários, foi possível ter informações úteis para esclarecer alguns questionamentos.
Moro: informações sobre a possibilidade de garantir a autenticidade dos arquivos eletrônicos ou sistemas, com a data de sua produção e informações sobre eventuais alterações posteriores. 
 
Peritos: de um total de 1.912.667 de arquivos, 842 arquivos foram identificados pelos peritos como uma espécie de não conformidade.
 
"Em relação aos Discos 01 a 08, tendo em vista que os arquivos de imagens forenses que contêm os arquivos questionados foram gerados pela Odebrecht, e que tais imagens encontram-se íntegras, conclui-se que as divergências encontradas foram resultado de alterações anteriores ao recebimento desse material pelo MPF", argumentaram os peritos.
 
Moro: verificar se o material contém documentos ou lançamentos que possam estar relacionados com o objeto da presente ação penal, à aludida aquisição do prédio na Rua Haberbeck Brandão, 178, e caso positivo para que sejam identificados e apresentados em laudo. 
 
Peritos: o laudo citou lançamentos relacionados ao termo ‘Beluga’. 
 
Segundo os peritos, o termo foi utilizado para designar entes distintos no contexto dos dois sistemas que pode se referir:
  • Um codinome no MyWebDay e seria um dos numerosos beneficiários dos recursos cadastrados;
  • À offshore Beluga Holding LTD, que pertence a Mateus Claudio Bravina Baldassarri, um dos proprietários do imóvel situado à Rua Haberbeck Brandão, 178, por intermédio da Agência Sul Americana de Publicidade (ASA);
 
Sobre a contabilidade paralela, o laudo apontou como distintos beneficiários físicos Beluga Holdings LTD, Jaumont Services Limited, DAG Construtora, Glaucos da Costamarques e Martins Advogados. 
 
“Deste fato, infere-se que o codinome BELUGA foi utilizado para controlar dispêndios relativos ao imóvel pertinente à presente ação penal”, afirmaram os peritos. 
 
Com este codinome, foram identificados três valores na planilha: US$ 611.515, S$ 637.300 e US$ 537.575. 
 
Moro: verificar se os materiais juntados aos autos pelo MPF e pela defesa de Marcelo Bahia Odebrecht encontram-se no sistema e se é possível relacioná-los à aludida aquisição do prédio na Rua Haberbeck Brandão, 178.
 
Peritos: sobre os documentos juntados pelo MPF e pela defesa de Marcelo Odebrecht, os peritos afirmam que na análise foram encontrados alguns arquivos com aspecto visual semelhante.

A denúncia.

Conforme a denúncia, o Grupo Odebrecht pagou propina a Lula via aquisição do imóvel onde funciona o Instituto Lula. 
 
O valor, até novembro de 2012, foi de R$ 12.422.000, afirmam os procuradores. 
 
A denúncia afirma também que o ex-presidente recebeu, como vantagem indevida, a cobertura vizinha à residência onde vive em São Bernardo do Campo, interior de São Paulo. 
 
Nesta ação, além de Lula, são réus o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht; e o ex-ministro Antônico Palocci.

My Web Day e Drousys

O "My Web Day" foi mencionado durante o depoimento de Hilberto Mascarenhas, que era o responsável pelo setor de propinas da empreiteira, prestado em 7 de junho do ano passado. 
 
Segundo Mascarenhas, o sistema foi adaptado para fazer o controle de tesouraria e, atualmente, não é mais utilizado. 
 
O "My Web Day" funcionava como um manual da propina e foi substituído posteriormente pelo "Drousys", um controle mais sofisticado e que ficava na Suíça. 
 
Ainda conforme o depoimento, o programa continha todos os registros dos pagamentos efetuados e a quem foram efetuados, por condinome.

O que dizem os citados.

Os advogados de Lula disseram que os peritos confirmam o que sempre foi dito por eles - que a perícia não estabeleceu qualquer vínculo entre os contratos da Petrobras e os imóveis indicados na denúncia, e que não apontou o pagamento de qualquer vantagem indevida a Lula. 
 
A defesa afirmou, ainda, que o ex-presidente jamais solicitou ou recebeu da Odebrecht ou de qualquer outra empresa ímovel destinado ao Instituto Lula, que funciona no mesmo local desde 1991, e que tampouco solicitou ou recebeu a propriedade do apartamento que é locado pela família mediante pagamento de aluguéis. 
 
A Odebrecht afirmou que, desde março de 2016, quando anunciou que iria colaborar com a Justiça, vem fornecendo às autoridades os arquivos dos sistemas eletrônicos sem qualquer modificação. 
 
No caso em questão a Odebrecht afirmou que a perícia determinou que a imensa maioria dos arquivos são autênticos.

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