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segunda-feira, abril 02, 2018

Exames apontam substâncias cancerígenas em população atingida por indústrias em Barcarena

Foram encontradas pelo menos 20 substâncias tóxicas, entre elas elementos cancerígenos como chumbo, cromo e níquel. Na região, atuam cerca de 10 empreendimentos, entre eles a refinaria Hydro Alunorte.

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Por G1 PA, Belém
Pesquisadores da UFPA divulgam estudo feito com comunidades atingidas por vazamento no PA
Pesquisadores da UFPA divulgam estudo feito com comunidades atingidas por vazamento no PA.
 
Foi divulgado nesta segunda-feira (2) um estudo realizado nos fios de cabelo de 90 moradores de 14 comunidades do polo industrial e da sede de Barcarena, nordeste do Pará. 
O estudo apontou a presença de pelo menos 20 substâncias tóxicas, sendo três deles cancerígenos como o chumbo, cromo e níquel.
 
A coleta foi realizada entre 2015 e 2017 por conta de acidentes ambientais causados por indústrias que atuam na região. 
O Ministério Público Federal (MPF) já relacionou 17 acidentes ambientais entre 2000 e 2015. 
Outro caso foi o naufrágio de um navio com 5 mil bois vivos em Vila do Conde. 
 
Uma comissão de sete deputados estaduais investiga os danos ambientais e sociais causados pelas mineradoras. 
Na região, atuam cerca de dez empreendimentos, entre eles duas indústrias da multinacional norueguesa Norsk Hydro, que recentemente despejou rejeitos sem tratamento que contaminaram rios e igarapés. 
A empresa é responsável pela refinaria Hydro Alunorte e a Albrás Aluminio Brasileiro S/A. 
 Estudo apontou que 91% da população pesquisada está com níveis de chumbo acima  do normal. (Foto: Reprodução / TV Liberal)
Estudo apontou que 91% da população pesquisada está com níveis de chumbo acima do normal.
(Foto: Reprodução / TV Liberal).
 
A pesquisadora doutora Simone Pereira, do departamento de química da Universidade Federal do Pará (UFPA), disse que os elementos encontrados são extremamente danosos ao ambiente e às pessoas. 
Segundo ela, o chumbo, por exemplo, foi encontrado bem acima do normal nas amostras coletadas.
"91% da população pesquisada está com níveis de chumbo acima de 6 microgramas por grama, que é o nível médio encontrado em uma população não exposta, como Altamira", informou a pesquisadora.
Entre a população analisada, segundo Pereira, uma criança apresentou nível de alumínio 100 vezes acima do controle; cromo 4 vezes acima; manganês 3 vezes acima; e níquel 2 vezes. 
A mãe, que autorizou a análise, disse que o menino apresenta problemas na pele, coceiras, além de dores de cabeça constantes. 
A família consome água encanada, mas usa o igarapé para tomar banho quando falta água.
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criança, hydro, barcarena (Foto: Reprodução / TV Liberal).

O relatório foi produzido por pesquisadores da UFPA e apresentado no salão paroquial de Barcarena. 
Os resultados devem ser entregues às autoridades, como Ministério Público Federal (MPF), Governo do Estado e as pessoas analisadas ainda devem passar por novos exames, desta vez de sangue. 
 
A pesquisadora explicou que as análises apontam as substâncias que estão saindo do organismo. 
Segundo ela, o exame de sangue vai mostrar a contaminação de fato.
"O relatório não indica ainda que as pessoas estão doentes. 
(...) Os que apresentam níveis menores não quer dizer que estejam isentas da contaminação", explicou.
"Essas pessoas estão precisando de uma atenção maior, principalmente da área da saúde, porque a partir do exame de sangue, elas precisam ser tratadas", alerta.
Em nota, a empresa disse que não teve acesso ao estudo, mas que "os resíduos da Hydro Alunorte são analisados conforme norma ABNT 10.004/2004, em laboratório externo e acreditado pelo Inmetro, e todos os resultados encontrados evidenciam que os parâmetros de chumbo, e de qualquer outro metal, estão muito abaixo do limite de referência".
 
A nota disse também que "a disposição de resíduos no DRS1 é devidamente licenciada pelo Governo do Estado através da sua licença de operação. 
O monitoramento de efluentes é realizado de acordo com os parâmetros determinados pela Resolução do Conama 430/2011 e não apresenta nenhuma alteração de metais".

Investigações.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado (Alepa) foi instaurada no dia 20 de março.
Quando instalada, o relator Celso Sabino disse que o alvo da investigação "será todo impacto ambiental sofrido em Barcarena nos últimos anos". 
Segundo ele, serão ouvidas as vítimas, as comunidades afetadas, em seguida os instituto de pesquisa e as empresas".
 
Nesta segunda eles devem seguir para a refinaria da Hydro e visitar as bacias de rejeitos; acompanhar outra mineradora na região; além de passar pelo Porto de Vila do Conde, onde um navio carregado de bois vivos afundou em 2015. 
Na terça (3), os deputados devem começar a ouvir os moradores de Barcarena do caso Hydro na Alepa, em Belém. 
 
A Hydro disse na época da instalação da CPI que segue colaborando com as autoridades. 
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CPI da Alepa investigará danos ambientais causados por mineradoras (Foto: Alepa).
As descobertas de irregularidades começaram no dia 17 de fevereiro, quando fotos registraram vazamento de rejeitos da bacia de depósitos da mineradora. 
Nos dias seguintes, órgãos dos governos estadual e municipal, além do Instituto Evandro Chagas, estiveram no local para dar início às vistorias. 
 
Inicialmente, a Hydro Alunorte se manifestou negando qualquer incidente, garantindo que a bacia se mantivera firme, intacta e sem vazamentos, mesmo com as fortes chuvas no município. 
 
No dia 22 de fevereiro, o Instituto Evandro Chagas divulgou um laudo contrariando a empresa e confirmando a contaminação em diversas áreas de Barcarena, provocada por uma ligação clandestina para eliminar efluentes contaminados da empresa norueguesa. 
O laudo constatou a presença de diversos metais pesados, inclusive de chumbo, em comunidades ribeirinhas. 
 
No final de fevereiro, o Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA) já havia determinado que a Hydro reduzisse sua produção em Barcarena em 50% e embargou uma bacia de rejeitos da empresa. 
A refinaria acatou o recurso. 
 
No dia 9 de março, o segundo canal de despejo não autorizado foi descoberto pelo Ministério Público do Pará (MPPA), após uma vistoria realizada nas dependências da Hydro Alunorte. 
Segundo o MPPA, o canal seria utilizado em situações de grandes chuvas para despejar efluentes sem tratamento diretamente no rio Pará. 
 
No dia 15 de março, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) identificou um terceiro ponto de despejo irregular.
infográfico, hydro, barcarena (Foto: Infográfico: Alexandre Mauro e Igos Estrella / G1)
infográfico, hydro, barcarena (Foto: Infográfico: Alexandre Mauro e Igos Estrella / G1).

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