TUDO É FORÇA, SÓ DEUS É PODER.
"DEUS SEM MIM CONTINUARÁ SENDO DEUS.
EU SEM DEUS NÃO SEREI NADA".
DISSE JESUS : ”E CONHECEREIS A VERDADE, E A VERDADE VOS LIBERTARÁ“. JOÃO 8:32 .
TODOS CONTRA A PEDOFILIA, EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL, A CORRUPÇÃO GENERALIZADA NO NOSSO PAÍS, A VIOLÊNCIA CONTRA OS IDOSOS, AS CRIANÇAS E TODOS INDIVÍDUOS INDEPENDENTEMENTE DE SUA IDADE.
ACESSE DIARIAMENTE A SUA "REVISTA ELETRÔNICA".
Hoje pela manhã, na cerimônia de abertura da Semana Nacional de Trânsito, em Parauapebas. O objetivo da campanha é sensibilizar a comunidade sobre a responsabilidade que cada um deve ter no trânsito.
Desta
vez, procurador-geral da República denunciou presidente ao STF por
obstrução de Justiça e organização criminosa. Grupo arrecadou R$ 587
milhões em propina, segundo acusação.
Por G1, São Paulo
O presidente Michel Temer durante reunião com empresários e
sindicalistas no Palácio do Planalto (Foto: André Dusek/Estadão
Conteúdo).
Janot denunciou Temer e mais 8 pessoas – entre elas dois ministros –
como integrantes de organização criminosa chamada "PMDB da Câmara". Segundo a denúncia, Temer teria assumido a liderança do grupo ao se
tornar presidente.
Citando a lei que define organização criminosa (12.850/2013), Janot
diz: "Em relação a Michel Temer, incide também o art. 2°, § 3, daquele
diploma legal por ter atuado como líder da organização criminosa desde
maio de 2016."
Além dele, são acusados de formar organização criminosa o ex-presidente
da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha; o ex-deputado Rodrigo Rocha
Loures; os ex-ministros Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves; e
os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria
Geral da Presidência).
Segundo a denúncia, o grupo praticava atos ilícitos em troca de propina
por meio da utilização de diversos órgãos públicos, como Petrobras,
Furnas, Caixa Econômica, Ministério da Integração Nacional e Câmara dos
Deputados.
O procurador-geral pede que cada um dos acusados pague R$ 55 milhões
por danos morais e reparem os danos materias causados por suas condutas.
Tentativa de comprar silêncio
Outro crime imputado a Temer é de obstrução à Justiça. O presidente é
acusado de instigar o empresário Joesley Batista a pagar, por meio de
Ricardo Saud, executivo da J&F, dinheiro para a irmã de Lúcio
Funaro, Roberta Funaro. O objetivo era que o doleiro, apontado como
operador da organização, não fizesse delação premiada.
"[...] Michel Temer, com vontade livre e consciente, instigou Joesley
Batista a pagar, por meio de Ricardo Saud, vantagens indevidas a Lúcio
Funaro, com a finalidade de impedí-lo de firmar acordo de colaboração. Com essa conduta, Michel Temer, Joesley Batista e Ricardo Saud
embaraçaram as investigações de infrações praticadas pela organização
criminosa", diz a denúncia.
Apesar da tentativa, Funaro fechou colaboração com a PGR, que foi
homologada pelo Supremo Tribunal Federal e constam nesta denúncia contra
Temer.
O documento cita ainda a gravação feita por Joesley Batista em encontro
com Temer no Palácio do Jaburu, em março deste ano, fora da agenda
oficial. Segundo Joesley, a conversa foi uma tentativa de obter a
opinião de Temer sobre a continuidade de pagamento a Eduardo Cunha em
troca do silêncio do ex-deputado.
O MPF diz que a conversa revela tentativa de obstruir as investigações. O presidente nega. "Só esta estratégia [encontrar-se fora da agenda]
utilizada já nos autoriza a fazer algumas afirmações. (...) O encontro
não deveria ser do conhecimento de terceiros, inclusive os próprios
seguranças, o que denota que o Presidente sabia de antemão que os
assuntos que seriam tratados não eram republicanos", diz a denúncia.
R$ 587 milhões em propina
Segundo o PGR, o esquema do qual Temer seria líder rendeu aos
denunciados ao menos R$ 587 milhões de propina. Além do PMDB, o núcleo
político da organização era formado ainda por integrantes do PP e do PT,
que compunham subnúcleos, além de integrantes do chamado "PMDB do
Senado".
Para Janot, em maio de 2016, mês em que Temer assumiu provisoriamente o
governo, houve reformulação do núcleo político da organização
criminosa. Os integrantes do "PMDB da Câmara" foram alçados ao primeiro
escalão do governo.
Depois de definidos os espaços que seriam ocupados pelo grupo dos
denunciados, Temer e Henrique Eduardo Alves, que foi líder do PMDB entre
2007 e 2013, ficaram responsáveis por distribuir internamente os
cargos. Por isso, recebiam parcela da propina arrecadada por Moreira
Franco, Geddel, Padilha e, especialmente, Eduardo Cunha.
Atuação em estatais e ministérios
A suposta organização criminosa liderada por Temer atuou em ministérios e estatais,
de acordo com a denúncia da PGR. "Esse esquema de corrupção não estava
adstrito à Petrobras, mas foi implantado em diversas empresas públicas,
como Caixa Econômica Federal e Furnas, além do Congresso Nacional e de
órgãos da administração pública federal", diz Janot no documento.
A PGR afirma que a Petrobras se tornou uma das principais fontes de
recursos ilícitos que financiaram a organização criminosa em razão do
tamanho da empresa, assim como o "apetite" da Petrobras por
investimentos.
De acordo com a denúncia, uma das diretorias que formavam parte do
esquema era a Internacional, comandada pelo grupo desde 2008 com o
objetivo de conseguir US$ 700 mil mensais em propina. Os beneficiários
seriam Temer, Cunha e Henrique Alves.
"Observe-se que o mecanismo se enquadra na regra de levantamento de
propina pela organização criminosa: facilitações ou direcionamento de
contratos, recebimento de comissões por intermediários e posterior
repasse para integrantes do núcleo político", diz a PGR.
A organização também teria esquemas envolvendo a Caixa Econômica
Federal, Furnas, os ministério da Agricultura e da Integração Nacional e
a Secretaria de Aviação Civil. A PGR aponta ainda um "esquema montado
dentro do Congresso Nacional para venda de medidas legislativas" que
"possivelmente, ainda funcione".
Propinas da JBS
A denúncia aponta que o empresário Joesley Batista teria apagado até R$
7 milhões em propina a políticos do PMDB em troca de decisões
favoráveis aos negócios da JBS tomadas pelo Ministério da Agricultura –
cujos ministros eram do partido.
Um deles foi Wagner Rossi, que ocupou o cargo de abril de 2010 a agosto
de 2011. A peça diz que Joesley foi apresentado a Temer por Rossi. Segundo a PGR, quando Rossi deixou o ministério, Temer solicitou a
Joesley o pagamento de uma "mesada" no valor R$ 100 mil ao ex-ministro e
de R$ 20 mil a Milton Ortolan. Os pagamentos foram feitos por cerca de
um ano, pois Joesley sabia que Temer tinha relação com operações da
J&F na Caixa Econômica Federal.
Janot ainda relata que Joesley aproveitou-se do esquema no Ministério
da Agricultura "montado por Eduardo Cunha, com o aval de Henrique
Eduardo Alves e Michel Temer", para obter a revogação de um ato
normativo que autorizava a aplicação de vermífugos de longa duração e
diluição. Assim, voltaram a ser usados vermífugos de prazo de absorção
mais curto, facilitando a exportação das carnes.
A denúncia informa que, em maio de 2014, o ministério publicou
instrução normativa proibindo temporariamente a produção e o uso das
avermectinas de longa ação. Esta medida rendeu mais R$ 5 milhões em
propina. Uma planilha de Lúcio Funaro com o codinome "Joe", que tratava
de negócios com Joesley, aponta a movimentação de R$ 7 milhões, sendo R$
2 milhões em 18 de março de 2014 e mais R$ 5 milhões em 1º de julho do
mesmo ano.
Os valores eram repassados em dinheiro e emissão de notas fiscais com a
JBS sem prestação de bens ou serviços. Em algumas situações, houve
transferência de propriedades, como no caso de um helicóptero dado a
Funaro.
Intermediadores
Segundo a denúncia, Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima, Henrique
Eduardo Alves, Moreira Franco e Rodrigo Loures tinha relação próxima e
antiga com Temer e faziam a interface com os núcleos administrativo e
econômico da organização criminosa a respeito dos assuntos ilícitos de
interesse direto do presidente.
Temer, por sua vez, tinha o papel de negociar com os demais integrantes
do núcleo político os cargos a serem indicados pelo seu grupo. Era ele o
único do grupo que tinha alguma espécie de ascensão sobre todos,
segundo a PGR.
Caráter transnacional
Segundo Janot, os crimes da organização criminosa do PMDB ultrapassaram
as fronteiras do país. O grupo usava dois mecanismos de lavagem de
dinheiro: transferências bancárias internacionais, com o mascaramento em
três ou mais níveis para distanciar a origem dos valores; e a aquisição
de instituição financeira com sede no exterior, com o objetivo de
controlar as práticas de compliance e, assim, dificultar o trabalho das
autoridades.
Atuação do grupo
A denúncia afirma que a organização criminosa do PMDB atuou nos governo
petistas de Lula e Dilma e seguiu com o esquema de propinas depois de
Temer assumir a presidência – em agosto de 2016. Como presidente, ele só
pode ser investigado por crimes cometidos no exercício do mandato.
Agência norte-coreana pediu a dissolução do Conselho de Segurança da ONU, que aprovou novas sanções recentemente.
Por G1
Kim Jong-Un, líder da Coreia do Norte, em imagem de arquivo (Foto: Reuters/KCNA)
Uma agência estatal afirmou que a Coreia do Norte ameaçou nesta
quinta-feira (14) usar armas nucleares para "afundar" o Japão e reduzir
os Estados Unidos a "cinzas e escuridão" por apoiar uma resolução e
sanções do Conselho de Segurança da das Nações Unidas (ONU) contra o
mais recente teste nuclear do regime norte-coreano, segundo a Reuters.
O Comitê da Coreia para a Paz na Ásia-Pacífico, que lida com os laços
externos e propaganda da Coreia do Norte, também pediu pela dissolução
do Conselho de Segurança, que chamou de uma "ferramenta do mal"
constituída por países "subornados" que avançam sob ordem dos Estados
Unidos.
"As quatro ilhas do arquipélago devem ser afundadas no mar por uma
bomba nuclear do Juche.
O Japão não é mais necessário para existir perto
de nós", disse o comitê, em comunicado divulgado pela agência de
notícias estatal norte-coreana.
O Juche é a ideologia governista da Coreia do Norte que mistura
marxismo com uma forma de nacionalismo isolado pregado pelo fundador do
Estado, Kim Il Sung, avô do atual líder norte-coreano, Kim Jong Un,
ainda de acordo com a Reuters.
As novas sanções são uma resposta ao sexto e mais poderoso teste
nuclear do país dos últimos 11 anos, ocorrido em 3 de setembro, que
marca mais um capítulo na escalada de tensão na região.
Segundo o
governo da Coreia do Norte, o teste com uma bomba de hidrogênio, que pode ser carregada no novo míssil balístico intercontinental, foi 'bem-sucedido'.
Preocupada com a situação na região, a comunidade internacional condena
as ações e considera os programas nuclear e balístico da Coreia do
Norte violações contra as resoluções da ONU.
Face às novas sanções, o
governo norte-coreano ameaçou acelerar os programas nucleares do país.
A China, único aliado real do regime, pressiona o governo econômica e
diplomaticamente a se desarmar.
Embaixador do Reino Unido na ONU, Matthew Rycroft, e a embaixadora dos
EUA, Nikki Haley, levantam as mãos durante votação de novas sanções
contra a Coreia do Norte na sede do Conselho de Segurança da Onu, em
Nova York, na segunda-feira (11) (Foto: Drew Angerer/Getty Images/AFP)
"Responder à Coreia do Norte desenvolvendo nossas próprias armas
nucleares não manterá a paz na Península da Coreia e poderia levar a uma
corrida armamentista no nordeste da Ásia", afirmou Moon em sua primeira
entrevista televisiva após o sexto teste nuclear de Pyongyang.
Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, durante Fórum Econômico
Oriental em Vladivostok, na Rússia, na quinta-feira (7) (Foto: Sergei
Bobylev / TASS News Agency Pool Photo via AP)
No
país, há registro de apenas 5 casos de uso de informação privilegiada
que resultaram em processos penais; acusados em outras ações não foram
presos; entenda como funciona investigação.
Por Darlan Alvarenga e Marina Gazzoni, G1
A prisão preventiva dos irmãos Wesley e Joesley Batista,
controladores do grupo J&F, em investigação de crime de insider
trading (uso indevido de informações privilegiadas para lucrar no
mercado financeiro) é uma decisão inédita, segundo especialistas e
advogados ouvidos pelo G1.
Isso porque esse tipo de irregularidade raramente costuma ir para a esfera penal ou resultar em pena de prisão.
Segundo levantamento do pesquisador Renato Vilela, do Núcleo de Estudos
em Mercados e Investimentos da FGV Direito, de um total de mais de 50
casos julgados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) desde 2002,
apenas 5, incluindo o da JBS, chegaram à esfera criminal. Veja lista mais abaixo
“Já temos um histórico de alguns casos que foram para a esfera criminal, mas prisão preventiva é a primeira vez”, afirma.
O advogado especialista em mercado de capitais e professor do Insper,
Evandro Pontes, avalia que a decisão abrirá um novo precedente no
direito brasileiro.
“Não há nenhum registro no Brasil que a gente tenha
notícia de alguém que tenha ido para a prisão por conta de insider
trading."
Segundo ele, essa decisão causou um alvoroço muito grande no setor
jurídico por ser preventiva.
"Isso é algo até então nunca visto”, diz.
"Tecnicamente se dizia que é impossível prender preventivamente porque o
trading já ocorreu.
Dessa vez, o juiz focou muito mais no fato dele ser
insider.
Ou seja, fez (o uso da informação privilegiada) e mostrou que
tem apetite para continuar fazendo, daí a justificativa para a prisão
preventiva", analisa.
Wesley: ‘Começo a achar que o crime foi ter assinado acordo de delação’.
Os irmãos Batista são suspeitos de ter usado
informações privilegiadas para lucrar no mercado de câmbio e ações em
operações feitas entre abril e 17 maio de 2017, data de divulgação de informações relacionadas ao acordo de colaboração premiada firmado entre executivos da J&F e a Procuradoria Geral da República (PGR).
A JBS admitiu que comprou dólar
antes da divulgação das notícias sobre a delação, mas negou que visava o
lucro.
A empresa alegou que buscava "proteção financeira" para seus
negócios, que tem dívida e receitas em dólar.
Outra operação investigada é a venda de ações dos controladores da JBS
para a tesouraria da empresa.
Há também outras investigações em curso
envolvendo empresas do grupo, como a Seara e Banco Original.
Com a posse de informação privilegiada, os irmãos teriam evitado uma perda de R$ 138 milhões com
a venda de ações, além de ter obtido um lucro de US$ 100 milhões de
dólares com operações de câmbio, segundo o Ministério Público Federal
(MPF).
No dia seguinte à notícia de que a empresa fechou delação
premiada, o dólar disparou 8%.
Wesley Batista, um dos donos da J&F; e diretor presidente da JBS
deixa a sede da Polícia Federal, para ir prestar depoimento na Justiça
Federal, após ser preso na Operação Tendão de Aquiles, em São Paulo,
nesta quarta-feira (13) (Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão
Conteúdo).
Pierpaolo Cruz Bottini, advogado de defesa dos irmãos Batista,
classificou como "injusta, absurda e lamentável" a prisão preventiva
desta quarta.
Segundo ele, a dupla de empresários "sempre esteve à
disposição da Justiça, prestou depoimentos e apresentou todos os
documentos requeridos".
"O estado brasileiro usa de todos os meios para
promover uma vingança contra aqueles que colaboraram com a Justiça",
completou.
Lei prevê prisão, mas na prática se limita em multas
Desde 2001, a legislação brasileira prevê penas de 1a 5 anos de prisão e
multa de até 3 vezes o montante da vantagem ilícita obtida para o crime
de insider trading.
As investigações, geralmente, começam na CVM, órgão regulador do
mercado de capitais, que julga os casos do ponto de vista
administrativo.
A CVM pode multar os acusados e eventualmente proibir
sua atuação no mercado de capitais.
Se constatar indícios de crime contra o sistema financeiro, pode
encaminhar o caso ao Ministério Público.
Cabe aos procuradores entrar
com a ação penal e à Justiça julgar se os acusados cometeram ou não
crime.
Na maioria dos casos, entretanto, os casos não vão além de processos
administrativos na CVM ou se arrastam por anos na Justiça.
O executivo teve a condenação confirmada pelo STF, mas a pena de de 2
anos e 6 meses de prisão foi convertida já na 2ª instância em prestação
de serviços.
Na CVM, foram julgados 29 processos sobre informação privilegiada entre
2011 e 2017. Ao todo, a CVM condenou 46 pessoas físicas ou jurídicas.
Eike Batista é acusado de uso de informação privilegiada em caso
relacionado ao estaleiro OSX (Foto: Ellan Lustosa/Código19/Estadão
Conteúdo).
Há ainda 16 processos que tiveram por insider que acabaram em acordo, envolvendo 25 acusados, segundo a CVM.
“90% das punições hoje são multas”, afirma Vilela.
Ele explica que a
pena administrativa pode ser até 3 vezes o montante da vantagem ilegal
obtida e que as multas podem ser milionárias.
No levantamento do pesquisador da FGV Direito, de um total de mais de
50 casos julgados entre 2002 e 2019, em 24 deles todos os acusados foram
absolvidos.
Entraves.
E por que poucos processos chegam na esfera criminal?
Segundos os
analistas, caberia ao MPF dar mais atenção a esse tipo de crime.
“Há um desaparelhamento de infraestrutura mesmo.
É pouca gente para
muita coisa.
Basicamente é um volume muito grande de trabalho e pouca
gente”, avalia Pontes.
Para Vilela, há também nuances na legislação que dificultam o
enquadramento na esfera penal de todos os envolvidos nos casos de
insider trading.
“A condenação criminal por insider trading só cai em cima daquele que
usou informação privilegiada e tinha o dever de guardar a informação.
São as duas coisas juntas”, explica.
Ou seja, há um entendimento de que
operadores de fora das companhias envolvidas estariam sujeitos apenas às
penas administrativas.
Para o advogado, casos como o da JBS trazem ainda uma dificuldade extra
por envolverem operações de câmbio.
“Tem que fazer uma ginástica
jurídica para enquadrar como insider, não é tão simples.
Pois foi uma
informação política que gerou repercussão no câmbio.
Será que isso deve
ser considerava uma informação privilegiada da companhia", pergunta.
Pontes, por sua vez, avalia que a prisão preventiva dos irmãos Batista
tende a abrir um novo entendimento sobre o enquadramento criminal do uso
de informações privilegiadas para benefício próprio e lucro no mercado
financeiro.
"Ainda há uma dificuldade grande de entender o quão grave esse crime é
pelo fato de não ser cometido por violência entre aspas.
Mas é um crime
gravíssimo, é como corrupção, estelionato”, resume.
Casos de insider que foram para a esfera penal
Veja abaixo os 5 casos de insider trading que chegaram à esfera
criminal, segundo levantamento de Renato Vilela, do Núcleo de Estudos em
Mercados e Investimentos da FGV Direito:
Caso Sadia-Perdigão
Resumo:
O ex-diretor de Finanças e Relações com Investidores da Sadia, Luiz
Gonzaga Murat Júnior, e o ex-integrante do Conselho de Administração da
empresa, Romano Ancelmo Fontana, foram condenados por usar informações
privilegiadas das negociações sobre a aquisição da Perdigão para comprar
(ADRs) recibos de ações da Perdigão negociados na bolsa de Nova York.
Condenação:
Ambos tiveram as penas convertidas em prestação de serviços
comunitários, além de pagamento de multa de mais de R$ 300 mil cada um.
Status do processo: transitado em julgado
Caso OSX
Resumo:
Empresário Eike Batista é acusado dos crimes de manipulação de mercado e
uso de informações privilegiadas na negociação de ações da empresa de
construção naval. Saiba mais
Status do processo: audiência marcada para outubro
Resumo:
ex-sócios e executivos da empresa gaúcha são acusados de lucrar com a
compra de ações valendo-se de informações privilegiadas
Status do processo: em tramitação em 1ª instância; controladores foram absolvidos
A CVM aplicou em 2007 multas em um total de mais de R$ 269 mil ao controlador, executivos e familiares.
Caso Mundial
Resumo:
Rafael Ferri (agente autônomo de investimento) e Michael Ceitlin
(controlador e diretor presidente da empresa) são acusados de inflar as
açõs da Mundial em 2011
Status do processo: decisão proferida em 1ª instância
Sentença:
Réus foram condenados a 3 anos e 9 meses de reclusão, mas as penas
foram substituídas por prestação de serviços à comunidade ou a entidades
públicas.
Caso JBS
Resumo:
Joesley e Wesley Batista, acionistas controladores da JBS, são acusados
de usar informação privilegiada para lucrar no mercado financeiro no
mercado de ações e câmbio antes da assinatura de sua delação premiada.
Status
do processo: Justiça decretou prisão preventiva de Wesley e Joesley
Batista; audiência de custódia foi realizada nesta quarta-feira (13).